Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Vom Anti-Hunger-Programm zu den Agrotreibstoffen, die den Hunger in der Welt fördern – Roberto Malvezzi, Umweltexperte der brasilianischen Bischofskonferenz.

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 http://www.correiocidadania.com.br/content/view/2195/

Do Fome Zero aos Agrocombustíveis.  Quando Lula tomou posse, uma de suas primeiras atividades foi reunir seu ministério e levá-lo até Guaribas, sertáo do Piauí. Andando longo trecho de ônibus, os ministros que só conheciam o sertáo pelos livros e TVs, puderam pôr o pé na realidade. O gesto era simbólico e, como já advertia Frei Betto, náo era a revoluçáo, mas era o que podia um governo eleito pelo voto. Lula proclamara o ”Fome Zero como uma das metas principais de seu governo.

 

Depois, diante de observações feitas aqui das bases do Nordeste, o próprio Ministério do Meio Ambiente proclamou o ”Sede Zero. De qualquer forma, soava diferente de todos os governos anteriores.

            O tempo se encarregou de mudar Lula e seu governo. A adesáo firme ao agro e hidronegócios fez com que optasse pelos transgênicos ao invés de uma agricultura familiar diversificada e rica em alimentos, embora invista também nela, mas jamais na mesma proporçáo. Optou pela transposiçáo do Sáo Francisco ao invés de investir em obras descentralizadas de abastecimento, como as adutoras para as cidades do Nordeste. Finalmente, optou pelos agrocombustíveis em detrimento da produçáo de alimentos. Dá para demarcar passo a passo, numa linha do tempo, as mudanças profundas na rota do governo Lula.

            Em Salvador, inaugurando obras e fomentando a aqüicultura nos mangues brasileiros, também em detrimento das populações pesqueiras do litoral, Lula disse que ”náo seria louco de deixar de encher o tanque do povo para encher o tanque dos carros. De repente, parecia o velho Lula, com aquele semblante de indignaçáo diante das injustiças brasileiras. Mas, a realidade é que ele estava apenas querendo justificar sua opçáo pelos agrocombustíveis, sempre na argumentaçáo que náo existe paradoxo entre produzir alimentos e agrocombustíveis. O assunto é uma espada no pescoço de seu governo e náo faltam estatísticas de todos os tipos para contestar a linha de pensamento do presidente.

            Esses dias o preço das comodities agrícolas despencou e o programa do biodiesel da mamona faliu. O aumento da fome no mundo, em um ano, já passa de 100 milhões de pessoas. O preço dos alimentos explodiu. Contraria as metas do milênio e coloca a humanidade numa encruzilhada tenebrosa. O governo, ao pôr os melhores solos brasileiros a favor dos agrocombustíveis, ao incentivar a América Central e a África para o mesmo caminho, a pretexto de favorecer a renda dos agricultores, pode estar incentivando a escassez de alimentos no mundo. E náo adianta falar em safra recorde porque essas comodities náo põem a mesa do povo brasileiro.

             Assim, um governo que fez do combate à fome sua grife, pode terminar seus dias colaborando com o aumento da fome sistêmica em todo o planeta.

Dieser Beitrag wurde am Montag, 11. August 2008 um 14:19 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Naturschutz, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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