Brasil – Análise: Cem dias de Carlos Minc
Flávio Bonanome *
Adital – Caminhando de um extremo a outro da polÃtica ambiental, o ministro do meio ambiente completou, nesta semana, seu centésimo dia de gestáo pedindo paz à s ONGs.
No último dia 3 de setembro completaram-se cem dias desde que Carlos Minc assumiu o cargo de ministro do meio ambiente, substituindo Marina Silva que renunciou no dia 13 de maio.
Já na própria aceitaçáo de Minc ao cargo de ministro, o processo foi conturbado. Da noite para o dia, Marina disse que sairia. Foi convidado entáo, para assumir o cargo, Jorge Viana, que prontamente rejeitou. Minc, inicialmente, também náo o aceitou. Seu „sim“ veio após uma conversa com um representante do governo.
Passado esse perÃodo conturbado, o ex-secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, foi nomeado ministro. Minc assumiu o cargo já se comprometendo à náo alteraçáo do Código Florestal, especialmente no que diz respeito à manutençáo da área de reserva legal de 80% no bioma Amazônico.
A onda de boas decisões prosseguiu com a renovaçáo da Moratória da Soja, que restringe a venda do gráo produzido em regiões de Amazônia desmatada (entenda o que é Moratória da Soja), e o decreto que regulamentou a Lei dos Crimes Ambientais. A deliberaçáo aumentou a agilidade no processo de julgamento e puniçáo dos delitos relativos ao meio ambiente.
Porém, com a mesma velocidade que se construiu a idéia de que o novo ministro faria um bom trabalho na luta pelo meio ambiente, essa imagem esvaiu-se. Conhecido por ter feito a maior quantidade de licenciamentos ambientais no governo fluminense, Minc náo fez por menos: essa caracterÃstica foi vista ao dar o aval para a licença de instalaçáo da usina de Santo Antônio, no rio Madeira (RO). O que estava previsto para acontecer em 2009, foi feita no mês passado: Minc assina a LI da hidrelétrica, sob protestos de ambientalistas e até com o parecer contrário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Outra licença recorde emitida pelo ministro foi a relacionada à construçáo da usina nuclear Angra 3. Historicamente, Minc sempre foi contra a continuaçáo do Programa Nuclear Brasileiro. A única exigência que fez em troca da concessáo foi a construçáo de um depósito para o lixo atômico. Porém existe grande chance desta condiçáo ser amenizada pela Comissáo Nacional de Energia Nuclear (CNEM).
Outra medida bastante controversa foi gerada pela parceria de Minc com o ministro dos transportes Alfredo Nascimento. Os dois divulgaram a concessáo para a pavimentaçáo da BR 319, que liga Manaus a Porto velho. Essa decisáo veio de encontro com o planejamento do governo do Amazonas de substituir a velha rodovia por uma estrada de ferro, teoricamente menos impactante. Questões polÃticas, como a futura candidatura de Alfredo Nascimento para o governo do Amazonas, aparentemente influenciaram na decisáo final.
Atitudes como estas, somada à falta de diálogo entre ONGs, o ministério e a sociedade civil, fizeram crescer diversas tensões e crÃticas à gestáo Minc, como a do diretor de PolÃticas do Greenpeace, Sérgio Leitáo, publicada no Valor Econômico (veja aqui)
Cedendo à s pressões, o ministro convocou uma reuniáo com as instituições do terceiro setor, prometendo reabrir o diálogo. Durante o encontro, Minc tratou de desmentir alguns boatos, como o de um suposto acordo que havia assinado com Reinhold Stephanes, ministro da agricultura, sobre a reposiçáo de reserva legal com espécies exóticas, ou ainda, sobre o planejamento de canaviais na regiáo do pantanal.
O ministro conseguiu apaziguar um pouco o clima tenso, mas mesmo assim será necessário muito para sustentar suas palavras e ações. Em cem dias, Minc prova o que já estava praticamente óbvio: náo é fácil exercer o comando da pasta do Meio Ambiente, ainda mais quando ela era gerenciada por Marina Silva.
* Amazonia.org – http://www.amazonia.org.br
Hintergrund Marina Silva – heute kurioserweise Öko-Kolumnistin der Qualitätszeitung „Folha de Sao Paulo“:
« „Unter Lula hat sich die soziale Ungleichheit, die Kluft zwischen Armen und Reichen in Brasilien vergrößert.“ Führer der Landlosenbewegung MST, Gilmar Mauro. „Barbarie social“(Barbarei) – derzeit etwa zehn politische Gefangene des MST.“ – Offizielle deutsche Umweltpolitik und Artenrückgang – die Position des Wattenrats.(1) »
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