Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Schriftsteller Joao Ubaldo Ribeiro kritisiert die „Esperteza“(Gerissenheit) der Brasilianer. Mentalität, soziokulturelle Faktoren des Tropenlandes

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/11/337912.shtml

„Precisa-se de Matéria Prima para construir um País“
Por João Ubaldo Ribeiro 15/11/2005 às 17:22

Texto retirado do jornal do meio ambiente, publicado em 14 de novembro de 2005, por João Ubaldo Ribeiro.

 http://www.jornaldomeioambiente.com.br/index_noticias.asp?id=8636

„Precisa-se de Matéria Prima para construir um País“
Data: 14/11/2005

por, João Ubaldo Ribeiro –

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e
Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve.
E o que vier depois de Lula também não servirá para nada..

Por isso estou começando a suspeitar que o problema
não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula.
O problema está em nós. Nós como POVO.
Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA“ é a moeda
que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma
virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e
respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais
jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas
caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal…
E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE
ESTÃO.

Pertenço ao país onde as „EMPRESAS PRIVADAS“ são
papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam
para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes
e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos …e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo
porque conseguiu „puxar“ a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a
declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito.

Onde os diretores das empresas não valorizam o
capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as
pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo
por não limpar os esgotos.

Onde pessoas fazem „gatos“ para roubar luz e água e
nos queixamos de como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior
nosso atual Presidente, que recentemente falou que é „muito chato
ter que ler“) e não há consciência nem memória política, histórica nem
econômica.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar
projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco
ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados
médicos podem ser „comprados“, sem fazer nenhum exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança
nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que
está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o
pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos
esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me
sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem „molhei“ a mão de um guarda
de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como
brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente
através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não! Não! Não! Já basta!!.

Como „Matéria Prima“ de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta
muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.

Esses defeitos, essa „ESPERTEZA BRASILEIRA“
congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até
converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do
que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e
honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não em outra parte…

Me entristeço.

Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que
o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada…

Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem
serve Lula, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a
força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa „outra coisa“ não comece a surgir de
baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro
para os lados, ou como queiram, seguiremos
igualmente condenados, igualmente estancados….igualmente sacaneados!!!

É muito gostoso ser brasileiro.
Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser
um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a
coisa muda…

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um
Messias.

Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos
brasileiros não poderá fazer nada.
Está muito claro… Somos nós os que temos que
mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que
anda nos acontecendo:
desculpamos a mediocridade mediante programas de
televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi
procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim,
exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de
desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE
O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?.. MEDITE!

-.João Ubaldo Ribeiro.-

Paris11

 

Hôtel de Ville.

Paris, November 2017:http://www.hart-brasilientexte.de/2017/11/16/paris-november-2017/

Brasiliens führende Wirtschaftszeitung “Valor economico” über lügende Top-Manager:”Studie über 330 Top-Manager zeigt, daß Entscheider die Angestellten, Kunden und sogar die Regierung anlügen.” Top-Entscheider-Sprüche werden weltweit fast problemlos in die Medien durchgeschaltet – mit bekanntem Ergebnis. **

tags: 

 ”Os dirigentes brasileiros mentem.”

Laut Valor economico haben die Top-Manager eingeräumt, daß in ihren Unternehmen das Lügen gängig sei – in Angelegenheiten, die Angestellte, Zulieferer, Partner und sogar die Regierung betreffen. “Sie sagen eine Sache, und tun etwas ganz anderes.” 74 Prozent hätten zugegeben, daß der offizielle Diskurs das Gegenteil von dem sei, was in der Praxis geschehe. In den brasilianischen Unternehmen sei Autoritarismus vorherrschend. Von demokratischer Führung zu reden, sei eine große Lüge. Unter Top-Managern jemanden “Amigo” zu nennen, bedeute garnichts, da hinter dessen Rücken” jeder mit dem Messer auf diesen einsticht”. Klassischer Fall sei, daß der Manager etwas abstreite, was er tatsächlich gesagt habe. 

Parallelen zu anderen Ländern sind natürlich wie immer rein zufällig…

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/08/24/nur-drei-prozent-der-brasilianer-halten-fur-moglich-in-mitmenschen-zu-vertrauen-sagt-neue-mentalitatsstudie/

polizeiato8.jpg

“Während die Regierenden untätig bleiben, mordet PCC weiter Polizeibeamte” – Spruchband. (PCC – Brasiliens führende, mächtigste Verbrecherorganisation)

“PCC tötet Polizeibeamte rasch – die Regierung nach und nach.”

Ökumenische Gedenkveranstaltung für bei Attentaten getötete Polizeibeamte Sao Paulos:  http://www.hart-brasilientexte.de/2012/11/15/brasilien-eine-schwache-regierung-in-geheimem-einverstandnis-mit-dem-organisierten-verbrechen-okumenische-protestveranstaltung-zum-gedenken-an-die-rund-100-bisher-in-sao-paulo-bei-attentaten-d/

Dieser Beitrag wurde am Montag, 22. September 2008 um 22:47 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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