Náo nos é permitido pôr em dúvida a beleza das praias do Ceará. Ainda. Pois o contraste reside na forma escancarada pela qual a sujeira e a desproteçáo váo emergindo ao longo de um trajeto pela orla. Sáo cacos de vidro, manchas de piche pela areia, farrapos de corda, excrementos de animais e muito material plástico ao relento.
Em açáo combinada de arrogância e alienaçáo, reina o desrespeito de carros importados que percorrem, de janelas fechadas e em alta velocidade, a paisagem litorânea. Sáo os novos ricos, os ”filhinhos de papai que, de maneira deslumbrada, atentam contra a vida de quem, simplesmente, caminha a pés descalços pela areia ou toma banho de mar.
O que fazem as prefeituras dessas pequenas cidades com potencial turÃstico? Em relaçáo ao lixo nas praias: nenhuma carroça coletora, nem mesmo um simples aviso nas barracas de ”náo jogue lixo na praia. E o que dizer das construções de mansões, hotéis e condomÃnios sobre as dunas, nos conhecidos terrenos de marinha?
Pela falta de criatividade e dinâmica com que os prefeitos administram essas cidades, resta à populaçáo de pescadores e demais trabalhadores o papel de servir “ quase um resquÃcio colonial.
Os turistas correm para nossas praias à procura do paraÃso perdido. Estáo sempre em bandos como quem vai à caça. Dificilmente os encontramos com a famÃlia. Ao que parece, no item turismo, náo existe crise no decadente capitalismo. E nós, os nativos, por várias necessidades, inclusive a fome, fazemos qualquer negócio a preço de banana. Assim, as praias do Ceará, quiçá do Brasil, vivem dias alegres antes do apocalipse.
SARAIVA JÚNIOR
Auditor fiscal do Trabalho
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