Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Weltsozialforum 2009 – und die Krise des Journalismus. Jüdischer Publizist, Kommunikationsexperte und Stefan-Zweig-Biograph Alberto Dines aus Sao Paulo über niedrige Qualifikation und absinkendes Niveau in den Massenmedien.

Bislang werden aus Belem größtenteils grob vereinfachende BlaBla-Medienberichte veröffentlicht, mit denen in Ländern wie Deutschland die politische Brisanz des Weltsozialforums heruntergespielt werden soll. Hochinteressant ist, was in diesen Berichten  alles fehlt.

Entrevista com Alberto Dines: Contra o silencio e o marasmo da imprensa

Por Cristina Charáo
Observatorio do Direito à Comunicaçáo
 Ele se define como sendo um „do contra“ e talvez náo exista melhor definiçáo para Alberto Dines. No cenário de marasmo e silêncio da mídia brasileira, Dines é um dos poucos a falar – e bastante – sobre o trabalho da imprensa, em sua avaliaçáo, limitado e ainda repleto de aberrações. E também dos poucos dispostos a abrir espaço, no Observatório da Imprensa criado e dirigido por ele, para que outras críticas circulem.

Alberto Dines entlarvte den Bluff mit dem Stefan-Zweig-Bestseller „Brasilien – ein Land der Zukunft“: http://www.hart-brasilientexte.de/2008/02/21/stefan-zweig-und-judenhasser-getulio-vargas/

„Tod im Paradies: Die Tragödie des Stefan Zweig“, Alberto Dines, Edition Büchergilde, Frankfurt am Main, 724 Seiten

Nesta entrevista a este outro observatório, Dines reafirma a vocaçáo expressa de nadar contracorrente. Assume, em tempos de empolgados discursos sobre as novas tecnologias da informaçáo, que sua análise está focada na imprensa tradicional, nos grandes jornais impressos. O que náo o impede de exercer o seu sarcasmo (eventualmente confundível com mau humor) em temas mais amplos.

Por exemplo, é direto ao chamar de „bando de canalhas“ o grupo de políticos e empresários que, segundo ele, articularam-se para fechar o Conselho de Comunicaçáo Social, órgáo auxiliar do Senado previsto na Constituiçáo Federal. E indignado ao comentar a concentraçáo da propriedade no setor midiático, para ele o pior dos problemas da imprensa brasileira.Mesmo ao falar sobre um problema que considera como náo-problema, empolga-se. Para Dines, a questáo da exigência do diploma universitário para o exercício do jornalismo náo existe. O que existe é uma grave crise na formaçáo que deprime a qualidade da máo-de-obra que chega às redações. Este problema – o da formaçáo e o papel da universidade nisso – é que deveria estar no centro das atenções, em especial a iniciativa do Ministério da Educaçáo de rever a estrutura dos cursos de jornalismo.

– Talvez sejam dois os resquícios de 2008 que persigam a imprensa brasileira em 2009: a discussáo sobre o diploma de ensino superior específico para o exercício do jornalismo, com a possibilidade de que seja concluído o julgamento do mérito da questáo pelo STF, e a crise econômica, com suas conseqüências sobre as empresas de comunicaçáo. Ao combinarmos esta entrevista, você dizia que a questáo do diploma já seria „águas passadas“. É isso mesmo?
– Náo existe o problema do diploma… existe o problema da qualidade da máo-de-obra nova que chega às redações. A renovaçáo dos recursos humanos, para usar a expressáo mais técnica, é extremamente preocupante, porque ela náo é qualificada. Ela ajuda a jogar pra baixo o nível do jornalismo. Isso é um processo, um esmagamento dos dois lados: eles [os novos jornalistas] vêm desqualificados pelo ensino superior, sobretudo o privado, e por outro lado, aqueles que conseguem sobreviver, sáo esmagados pela máquina do pensamento mercadológico, das grandes empresas, o jornalismo de resultados. Entáo, você náo tem aí aquela ebuliçáo normal que existiria se você tivesse, realmente, um ensino superior produzindo naturalmente máo-de-obra qualificada.

– Entáo, mesmo que o STF resolva alguma coisa em relaçáo ao diploma, o problema persiste?
– Quem pode dar um grande empurráo nisso é o Ministério da Educaçáo, o ministro [Fernando] Haddad. Pela primeira vez eu vejo – aliás, eu náo conheço o ministro – um ministro sensível à idéia de que o exercício do jornalismo tem de ser feito por pessoas com um grau de formaçáo superior à simples graduaçáo, uma pós-graduaçáo, um mestrado profissionalizante. A Folha de S. Paulo publicou, e nós [Observatório da Imprensa] reproduzimos, um artigo na página 3, há um mês atrás, do reitor da Universidade [Federal] da Bahia excelente, de altíssimo nível, nesta linha. Evidente que ele náo falava do jornalismo, da formaçáo do jornalista, mas falava em geral. Nós temos que dar ao nosso formando a possibilidade dele rapidamente se preparar para uma pós-graduaçáo profissionalizante, náo-acadêmica. Isso é vital. É assim nos Estados Unidos. Eu passei o ano acadêmico em Columbia [a universidade] há 30 anos… o jornalismo é um mestrado, mas profissionalizante. Eu acompanhei. Eu vi o primeiro dia: eles [os estudantes] chegam de diversas áreas – em geral das ciências sociais, raramente da medicina, das ciências exatas – e imediatamente, no primeiro dia, eles váo fazer matéria. E saem, dois semestres depois, jornalistas realmente profissionalizados. Tudo bem, no Brasil, dois semestres podem ser insuficientes… fazemos três semestres. Mas esta graduaçáo, no Brasil, é insuficiente. Ela é precária, é insuficiente, ela náo forma, náo informa, náo dá base, náo dá consistência cultural. Inclusive era preciso rever este currículo. A história da imprensa náo é ensinada. Por isso, as empresas decidiram náo comemorar este ano, simplesmente decretaram que náo vai se lembrar os 200 anos da imprensa. Agora, se você tivesse jovens jornalistas que conhecessem esta história, eles teriam comemorado do seu jeito.

– Teriam pressionado pra que isso fosse uma pauta…
– Nós, Observatório, na televisáo, fizemos uma série de três programas – que estáo sendo reprisados agora – e tem causado grande espanto… as pessoas náo sabiam que o Brasil foi um dos últimos países a ter tipografia, que nós estamos atrasados em relaçáo ao México ou mesmo ao Peru em mais de 200 anos. Agora, isso é o currículo. Eu acho que nós temos que dar mais ao formando de jornalismo e simplesmente a graduaçáo náo basta. Acho que teria de ser uma pós-graduaçáo. E com isso, você poderia resolver, selecionar um pouco este material humano, fornecendo para a mídia grandes profissionais, mais qualificados. O que está acontecendo é que os sindicatos e as entidades profissionais náo estáo preocupados… elas querem mais profissionais diplomados para se ter mais assessor de imprensa. Hoje, a Federaçáo Nacional de Jornalistas tem mais assessor de imprensa do que jornalista.

– Mas o perfil da categoria é este.
– Se você faz uma pós-graduaçáo profissionalizante, você tem pós-graduaçáo de assessoria, tudo bem. Eles váo estudar psicologia de massas, as coisas que interessam à assessoria, mas você vai ter uma pós-graduaçáo de jornalista, de gente de redaçáo, que vai fazer matéria, que vai pra rua… Esse é um problema que transcende ao STF. Tem que mudar o enfoque…

– Entáo, na sua opiniáo, se fôssemos colocar em perspectiva o ano de 2009, todo jornalista, ou melhor, todo cidadáo brasileiro preocupado com a qualidade do jornalismo deveria estar mais interessado nesta oportunidade que se abriu no MEC, de discutir a estrutura escolar para a formaçáo dos jornalistas, do que na decisáo do STF?
– Eu náo sou um jurisdicista. Neste ponto, eu sou pouco latinoamericano. Nós vivemos muito amarradinhos à lei, mas nós náo respeitamos a lei. A grande verdade é esta. Esta coisa de lei, STF… o STF tem tentado preencher algumas lacunas de desmandos que há no Brasil, mas o negócio é criar uma consciência: quando a gente discute diploma, o que é que a gente tá querendo? A gente tá querendo qualificaçáo profissional. Entáo vamos discutir qualificaçáo profissional. É uma outra visáo… mas como eu sou minoria, estas coisas náo colam. Porque eu náo estou preocupado com este formalismo jurídico, nem estou preocupado com que a Fenaj tenha mais associados. Estou preocupado é que o que está chegando aí de novos quadros para as redações, em geral, é muito fraco. Náo há uma renovaçáo. No passado, era o contrário: chegavam os chamados „focas“ e eles vinham com aportes muito interessantes. Por isso eles eram recebidos. Eles encontravam o seu lugar porque tinham alguma coisa a dizer.

– Mudando o nosso foco: viemos de dois anos muito bons para as empresas jornalísticas, em termos de faturamento. Foram feitos alguns investimentos, redações parando de demitir e começando a contratar. Em teoria, estamos diante de um ano que tende a náo ser táo bom… que problemas a crise econômica, que é táo alardeada pela própria mídia, pode criar?
– Eu sou sempre do contra. Estou na contracorrente… Eu náo acho que foram bons anos. Contabilmente, podem ter sido razoáveis. Contabilmente. Eu náo sou auditor, náo sou contador. O produto náo melhorou tanto assim. Você continua tendo aberrações. A chamada indústria jornalística – eu detesto este nome, mas eles gostam de se chamar assim -, esta indústria está botando aí na rua modelos muito ruins. Está disponibilizando produtos que estáo muito longe do que se podia produzir. Por outro lado, eles náo estáo investindo, náo estáo abrindo novas frentes. Está tudo muito concentrado… Você tem três grandes jornais de referência nacional e você tem aí uns oito jornais regionais, de diferentes portes, com alguma qualidade. Mas esta qualidade é muito díspar. Alguns sáo melhores e outros sáo muito ruins, embora sejam donos dos respectivos mercados. Você tem aí um processo de concentraçáo de mercado que é terrível! Agora, isso só pode ser resolvido se houver uma discussáo honesta, franca em algum organismo. Náo pode ser no governo, mas num ambiente legislativo. E aqui eu quero dizer que uma das grandes brasileiras da imprensa brasileira ou da comunicaçáo brasileira foi o que ocorreu há três anos – acho que é três… – quando o Conselho de Comunicaçáo Social foi fechado.

– A quê você atribui o fechamento do Conselho de Comunicaçáo Social no Senado?
– Náo foi uma decisáo: foi um trambique dos políticos, do governo e das grandes empresas de mídia pra acabar com esta possibilidade, esta tênue possibilidade de você ter um fórum pra discutir as coisas. Hoje, náo tem mais isso e náo vai ter nunca mais. E tá na Constituiçáo que tem que ter. Foi um bando de canalhas – a palavra é esta – que simplesmente se juntou pra acabar com uma conquista. Tudo bem, o conselho náo tinha força, tinha mil defeitos, mas ele tinha uma certa representaçáo. E ele tinha, digamos, uma certa vocaçáo pra ser um fórum, sem poder, mas um fórum dentro de uma casa legislativa como é o Senado, a câmara alta. De repente, acaba-se com isso de uma forma ignominiosa. Põe-se um presidente que foi lá com a tarefa de fechar o conselho. Este homem se chama Arnaldo Niskier. Este homem assumiu com esta tarefa. Acadêmico, amigo do Sarney, há mais de trinta anos que náo faz jornalismo… puseram ele na presidência do Conselho de Comunicaçáo Social e ele foi lá pra acabar com o conselho e este nunca mais voltou a existir. Você náo tem mais um fórum pra discutir isso que estamos discutindo aqui…

– Um fórum público…
– Um fórum público… mesmo que ele [o CCS] seja claudicante, mas é um fórum. Durante dois anos, a gente se reuniu uma vez por mês, no Senado, com toda a solenidade, numa sala de sessáo especial, com transmissáo pela TV Senado… e pela primeira vez se discutiu a concentraçáo da imprensa. Eu tive a honra de ser o primeiro a levantar isso e dizer que isso tem de entrar na pauta permanente. Mesmo que a gente náo tenha como resolver, nós temos que manter este assunto em discussáo.

– Neste caso, valeria a lógica de que, se pra cada veículo, faz bem haver um ombudsman, uma ouvidoria, faria bem existir um espaço público pra se discutir esta indústria da comunicaçáo no seu conjunto. É isso?
– O ideal seria que este órgáo tivesse o mínimo de poder decisório, como por exemplo a FCC americana, a Federal Communications Commission. Embora ela tenha perdido parte da sua força, ela continua – mesmo agora, com o governo Bush – ela ainda tem força pra multar televisões, impedir concentrações.

– E com alguma jurisdiçáo pra também tratar de conteúdo…
– De aberrações em relaçáo ao conteúdo, sim. No caso, do conteúdo de televisáo e rádio, porque sáo mídias que pertencem à sociedade, públicas. Aí você tem que se comportar dentro dos limites do espetáculo, ao contrário do impresso, onde a liberdade é absoluta. Agora, você tem que ter no mínimo este fórum, porque senáo a coisa vai ficar eu e você falando pelo skype… (risos).

– Entáo, na sua opiniáo, tendo um bom ano contábil ou um mau ano contábil, a qualidade do produto jornalismo náo sofre oscilações?
– Náo sofre e sobretudo você náo se prepara pra avançar. Preparar-se pra avançar pressupões discussões, debates, ouvir o outro, ouvir os marginais, os que estáo na contracorrente, ouvir os mais experientes. Nós temos que criar no Brasil esta noçáo de que os mais velhos – e aí, eu náo estou defendendo a mim, mas os mais velhos têm algo a dizer. E sobretudo teráo muito a dizer porque o mundo caminha pra ser o mundo da terceira idade. A projeçáo da força das pessoas mais idosas é fantástica. Entáo, tem que ouvir as experiências de pessoas lúcidas, que têm alguma coisa a dizer, porque o mundo vai ser deles. É inevitável. A náo ser que você decrete que o sujeito, ao chegar aos 70 anos, tem de ser fuzilado… (risos) Aí, eu teria que ser também… Em suma, o que tem que fazer é isso, abrir o espaço da discussáo.

– E quem „fecha“ o espaço de discussáo?
– Os jornais náo se discutem e eles embargam os espaços de discussáo. Há um tabu combinado pelo grande pool de imprensa que náo se discute as grandes questões relativas à grande imprensa. No máximo, os ombudsmen fazem alguma crítica… E, pronto! Vivemos no mundo do silêncio. Justamente a esfera da vida que deveria ser a mais comunicada, a mais visível, a mais transparente.

– Alguma iniciativa ou algum tema pode se colocar como uma pontinha de esperança neste mar de silêncio, neste mar de mesmice que você aponta na imprensa brasileira?
– Eu acho que esta coisa que o Haddad, de longe, está sinalizando é boa, mas náo vejo muita coisa que me anime. Nem na iniciativa privada, algo do tipo „tem aí uma empresa que quer criar novos veículos“… náo tem! Náo tem nada que seja estimulante. O Rio de Janeiro, que sempre foi o centro do jornalismo brasileiro, até os anos 60 e mesmos nos 70, de repente está esvaziando, nivelando por baixo. O Globo, um excelente jornal, tem que lutar contra O Dia, que toca duas oitavas abaixo, que é um bom jornal, um muito bom jornal, mas é um excelente jornal popular. Ele náo vive de cobertura internacional… aí, O Globo também vai tocar duas oitavas abaixo. O Jornal do Brasil também é uma picaretagem inominável! Entáo, o Rio de Janeiro, a segunda cidade do país, com uma vocaçáo nacional, náo existe jornalisticamente. Mesmo porque O Globo, porque hoje é um jornal local, voltou a ser um jornal local, náo encontra muitos leitores em Sáo Paulo, por exemplo.

– Há um esvaziamento de referências?
– De pólos, também. Você polarizou tudo em Sáo Paulo. Mas a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo náo conseguem nem ser jornais nacionais, nem ser jornais locais. Eles levam surras em matéria de cobertura local, porque tentam ser nacionais, mas náo dá.

– E mesmo a televisáo tem se deslocado para este eixo paulistano…
– A televisáo ainda consegue ser um pouco mais multi-focada, mas eu me preocupo mais com os jornais… Porque os jornais diários sáo a referência… Eu, quando faço análises, é pensando nos jornais. Eles sáo a referência: ali está escrito, ali está a tradiçáo, os paradigmas sáo estabelecidos, principalmente na chamada grande imprensa impressa. Entáo, é isso que me preocupa mais. O resto vem em seguida. E eu vejo que você náo tem coisas novas pintando por aí… Ao contrário: Veja piorou como revista – e náo vou discutir o conteúdo, as posições políticas. A Veja, há dez anos, sob o ponto de vista editorial, tinha mais informaçáo, melhor texto, melhor tudo do que tem hoje. Há 10 anos! Náo estou falando a 30 ou 40 anos. E assim você tem as outras publicações também. Nós estamos caminhando para um processo de desqualificaçáo…

– Nem as possibilidades colocadas pela internet, pelas novas tecnologias podem ajudar a imprensa brasileira a sair deste marasmo?
– A nossa internet, os veículos que se organizam na internet, nossos portais sáo muito fracos. Eu me sirvo deles pra notícias mais quentes, pra coisa mais imediata. Mas eles náo váo me dar as referências, náo váo me dar o acompanhamento. Inclusive, eles seguem os jornais, náo os antecipam. O Uol, por exemplo, ele nunca fura a Folha. Ele tem a informaçáo e náo fura a Folha. Eu sei porque, às vezes, eu tenho que fazer um comentário de rádio a meia-noite e eu vejo que o Uol tá segurando a informaçáo pra sair amanhá na Folha. A internet no Brasil ainda náo é ameaça. Ela tem os mesmos defeitos da área escrita, mas náo tem as qualidades. É mais mal escrita.

http://www.hart-brasilientexte.de/2009/02/02/weltsozialforum-2009-brisanteste-debatten-von-medien-fast-durchweg-unterschlagen-nichts-uber-folter-sklavenarbeit-scheiterhaufen-slum-diktatur-unter-lula/

http://www.hart-brasilientexte.de/2008/11/19/die-wahrheit-ist-schwer-zu-ertragen-medien-und-politik-moritz-schuller-deutschlandradio-schlimmer-ist-die-tatsache-das-die-meute-immer-in-dieselbe-richtung-lauft/#more-1262

Dieser Beitrag wurde am Freitag, 30. Januar 2009 um 00:41 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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