http://www.estadao.com.br/geral/not_ger60769,0.htm
Situation in Argentinien:
Mais de 50% dos adolescentes entrevistados rejeitam judeus, chineses e bolivianos. (Über 50 % der befragten Heranwachsenden lehnen Juden, Chinesen und Bolivianer ab)
Márcia Carmo – BBC
de Buenos Aires – Uma pesquisa inédita realizada com estudantes na Argentina revelou que os brasileiros sáo os estrangeiros mais aceitos do paÃs.
Segundo o estudo, feito para avaliar a xenofobia entre os estudantes, os brasileiros tiveram maior Ãndice de aceitaçáo (52%) e menor Ãndice de rejeiçáo (30%) numa lista de doze diferentes grupos de estrangeiros.
A pesquisa, que ouviu 5 mil estudantes do segundo grau de 85 escolas públicas de várias provÃncias do paÃs, foi realizada pelos sociólogos argentinos Ana Lia Kornblit e Dan Adaszko, do Instituto de Investigaçáo Gino Germani, da Universidade de Buenos Aires (UBA).
Em entrevista à BBC Brasil, Adaszko disse que os resultados da pesquisa surpreenderam pelo alto nÃvel de ”xenofobia, com percentuais preocupantes, por exemplo, de rejeiçáo a ciganos (67%), judeus (55%), chineses e coreanos (52%) e bolivianos (52%).
Os estudantes receberam listas com as nacionalidades e grupos e três opções de respostas – aceitaçáo, rejeiçáo e indiferença.
Mais de 40% dos estudantes rejeitaram os peruanos, chilenos, paraguaios, americanos e árabes.
Os brasileiros sáo uma exceçáo nesta lista, como disse Dan Adaszco: ”Acreditamos que, diferente dos outros grupos de estrangeiros, citados na pesquisa, os brasileiros náo sáo vistos como uma ameaça no mercado de trabalho local, afirmou.
”Além disso, há a imagem positiva do carnaval, das férias nas praias brasileiras e o reflexo do que sai na imprensa argentina sobre o Brasil e os brasileiros, completou Adaszco.
Para ele, a pesquisa confirma a fama de ”xenofobia em setores da sociedade argentina. ”Nós entendemos que os adolescentes sáo um reflexo do mundo dos adultos e têm coragem de dizer o que os adultos náo dizem, afirmou.
Apesar da fama, Adaszko se disse surpreso com o alto grau de rejeiçáo, de mais de 50%, em relaçáo a ciganos, judeus, chineses e bolivianos.
Segundo o estudioso, existe um ”discurso duplo na Argentina por ser um paÃs que abriu as portas para a imigraçáo, mas náo de forma igualitária. ”Para muitos, especialmente nos grandes centros urbanos do paÃs, o ideal e aceitável é o europeu e o branco e náo o nativo da América Latina, avaliou.
”O latino é visto aqui com desconfiança e até desprezo. Segundo ele, a pesquisa mostrou ainda que o Ãndice de ”xenofobia e ”racismo diminui a medida que aumenta o nÃvel de educaçáo dos pais. ”Náo é questáo de classe social, mas sim que depende do nÃvel de educaçáo dos pais dos estudantes adolescentes, disse.
Na Argentina, no final do século 19 e inÃcio do século 20, as principais imigrações foram italiana e espanhola. Nos anos 90, segundo dados oficiais da Direçáo Nacional de Migrações da Argentina, a maior imigraçáo partiu dos paÃses da regiáo como BolÃvia, Peru e Paraguai – os brasileiros sáo minoria nesse grupo.
A pesquisa de opiniáo recebeu o Prêmio Ibero-americano em Ciências Sociais da Universidade Nacional Autônoma do México e será premiado, nesta terça-feira, pelo Instituto Nacional contra a Discriminaçáo, a Xenofobia e o Racismo (INADI) da Argentina.
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