Pronunciamento feito no dia 2 de fevereiro de 2010
Sinceramente, eu me preocupo, à s vezes, com o Governador do Estado do Rio de Janeiro. Náo sei o que acontece. Primeiro, puxando pela memória, há pouco tempo, o governador do Rio de Janeiro fez anúncio de que contrataria o ex-Prefeito de Nova Iorque. Náo sei se o governador está preocupado com o desemprego mundial e quer contratar uma série de ex-prefeitos, ex-primeiros-ministros.
Paulo Coelho, Gouverneur Sergio Cabral: http://www.hart-brasilientexte.de/2010/02/03/tony-blair-durch-rio-gouverneur-gegen-paulo-coelho-kritik-verteidigtblair-ist-sozialdemokrat/
Chico Buarque: Angesichts lodernder Scheiterhaufen in den wuchernden Slums bekennt er erstmals:Carioca zu sein, war früher Motiv des Stolzes. Das ist vorbei. Diese Stadt ist geliefert, verkommen. Rios Politiker sind die schlechtesten des Landes, die Mittelschicht lebt hier in Angst und Schrecken, wegen der ständigen Schießereien. Die Slumbewohner behandelt man wie Untermenschen. Der Drogenhandel führte zu einer Tragödie. Jungen schnupfen und verkaufen Kokain schon mit sieben Jahren!Das gibt es weder in Europa noch in den USA. Immer dieser Lärm von Schüssen in Rio – das sorgt für Panik, ständige Spannung, man ist nirgendwo mehr sicher. In den Karnevalssambaschulen wird schon lange kein Samba mehr gelehrt, tanzt doch keiner mehr echten Samba no Pé. Was man dort komponiert, interessiert mich längst nicht mehr. hat mit Sambakultur nichts zu tun. Das sind Märsche, man merkt es an Struktur und Melodie.
“Schönheit und Fäulnis”. Neue Zürcher Zeitung/NZZ – Klaus Hart:https://www.nzz.ch/schoenheit_und_faeulnis-1.700750
Eu náo sei o que está havendo, náo sei se é um gesto de solidariedade, coisa internacional, globalizada, mas o que acontece, é que o Governador do Estado do Rio de Janeiro primeiro anunciou que contrataria Rudolph Giuliani, ex-Prefeito de Nova Iorque, para resolver o problema da violência na cidade.
Fez um estardalhaço, como, aliás, lhe é peculiar, de grande mÃdia para isso. Ninguém fala mais no Giuliani no Rio de Janeiro, por uma razáo: o governador Sérgio Cabral achou muito caro o que teria de pagar ao Giuliani para isso. Claro que, antes de uma responsável consulta, fez toda essa propaganda, como se no Rio de Janeiro, nas nossas academias, nas universidades, na nossa polÃcia, náo houvesse profissionais qualificados para resolver os nossos problemas. É uma visáo subdesenvolvida, enraizada, que acha que a soluçáo está sempre no Primeiro Mundo. O governador deveria perceber o que está fazendo.
Náo fala mais sobre o Rudolph Giuliani, mas, agora, o governador ressuscita Tony Blair. Aliás, o governador conseguiu levar Paulo Coelho para a esquerda; conseguiu botar o instrutor Paulo Coelho na esquerda da crÃtica do governo Cabral. Tem essa capacidade o governador Sérgio Cabral, é impressionante! Por que trazer o Tony Blair, o mesmo que foi responsável por fazer ingressar a Inglaterra naquela guerra insana do Iraque? Uma denúncia dava conta de que o Iraque teria armas de destruiçáo em massa, versáo que foi comprovadamente desmentida e desmascarada.
Tony Blair é um dos grandes responsáveis por uma das maiores atrocidades da história recente mundial e o governador Sérgio Cabral entende que a soluçáo para o Rio de Janeiro está no Tony Blair. Ele diz: ”Náo se preocupem, porque náo será o governo do estado, náo será o governo federal. Temos como arrecadar dinheiro das empresas. Ora, arrecada dinheiro das empresas, entáo, e paga melhor ao professor do Rio de Janeiro; arrecada dinheiro das empresas e paga melhor ao médico do Rio de Janeiro; arrecada dinheiro das empresas “ a forma mágica que ele teria de conseguir dinheiro para pagar ao Tony Blair “ e paga melhor aos policiais do Rio de Janeiro. O Governador precisa tomar vergonha na cara! É uma proposta indecente, aviltante, ter um funcionário público táo mal pago e ele dizer que contratará o Tony Blair para resolver os problemas do Rio de Janeiro. Isso é desrespeitoso!
O governador tem passado muito pouco tempo no Rio de Janeiro para oferecer tais propostas. Ele precisa ouvir mais a populaçáo, precisa saber mais sobre o que está acontecendo aqui. É lamentável: temos de debater a possibilidade de o Tony Blair ser contratado para o Rio de Janeiro.
As nossas saÃdas, as nossas soluções seráo construÃdas aqui. O Rio de Janeiro tem saÃda, mas o governador precisa entender que ela náo está no Galeáo, lugar que ele mais frequenta do que outras áreas do Rio de Janeiro. O governador conhece mais o Galeáo do que, por exemplo, a Zona Oeste, que V. Exa. conhece táo bem e sabe que está muito longe de ser uma área pacificada, como se anuncia, como se todo o Rio de Janeiro estivesse pacificado. É um governo que hoje diz claramente, nas suas práticas, que existem dois Rios de Janeiro: um que ele vai tentar pacificar controlando; outro que ele abandonou à própria sorte “ e nós continuamos tendo todas as mazelas históricas do nosso Estado. Náo podemos concordar com uma situaçáo como essa.
Sr. Presidente, para terminar, visitei no final da semana passada uma comunidade em Niterói chamada Morro do Estado, que fica no centro da cidade e que, já há algum tempo, conta com o trabalho do Gepae. V.Exa. se lembra do Gepae? É algo muito semelhante ao que era a UPP, que o governo abandonou “ náo pode dizer que é Gepae porque Gepae é do governo anterior. Tem que dizer que é UPP para poder fazer propaganda do seu próprio governo, mas, na verdade, é algo muito semelhante.
Infelizmente, a segurança pública é tratada como polÃtica de governo e náo como polÃtica de Estado.
Entáo, náo é possÃvel dar continuidade, mesmo que acertada, a alguma coisa que aconteceu atrás. É necessário criar algo muito parecido, mas para dizer que é filho do próprio governo, náo pode ser do governo anterior. Esse projeto está abandonado, faltam policiais, mas os erros que existem nas UPPs também se reproduzem no GPAE. Por exemplo, o Morro do Estado, no Centro de Niterói, é uma comunidade com uma forte presença de nordestinos. Uma das medidas policiais foi proibir o forró, proibir o forró foi uma medida policial. É sensacional! Sensacional, medida de segurança: proibir o forró. Náo tenho a menor dúvida de que Niterói está muito mais segura depois da proibiçáo do forró. Era só o que faltava, já tinham proibido o funk e acham que o papel da segurança pública é ser instrumento de controle sobre a populaçáo pobre. É a velha lógica da senzala, um lugar onde aquelas pessoas têm para chegar à noite, dormirem e pela manhá cedo saÃrem de lá para trabalhar para a casa grande. A favela náo é isso, Sr. Presidente, a favela é um espaço de vida, arte, resistência e a segurança pública tem que ser voltada para aqueles moradores e náo sobre aqueles moradores. A dignidade dessas pessoas tem que ser o principal objetivo de qualquer polÃtica de segurança pública. Segurança pública é táo séria que náo é caso de polÃcia. Segurança pública é garantia de direitos, exatamente o contrário do que tem acontecido nessas áreas dominadas. Sáo áreas dominadas para gerar paz para outros lugares e náo para essas áreas.
Entáo fica aqui o alerta, o nosso ano está começando e o Governo se prepare porque estamos atentos como em todos os outros anos.
Marcelo Freixo
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