Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Brasiliens Systemkritikerproteste: Präsidentin Dilma Rousseff reagiert drei Tage nach Erschießung eines Jugendlichen Sao Paulos durch einen Militärpolizisten per Twitter, beklagt den Vorfall. Weiter Empörung und Proteste wegen der Tötung des Siebzehnjährigen.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/10/no-twitter-dilma-lamenta-morte-de-estudante-baleado-por-policial-militar.html

http://www.hart-brasilientexte.de/2013/10/28/brasiliens-systemkritikerproteste-2013-emporung-wegen-erschiesung-eines-jugendlichen-durch-militarpolizist-strasenbarrikaden-funf-busse-zwei-lkw-in-flammen/

Hintergrund:

http://www.hart-brasilientexte.de/2013/10/28/brasiliens-systemkritikerproteste-2013-militarpolizist-in-sao-paulo-erschiest-bei-leibesvisitation-einen-siebzehnjahrigen-wieder-strasenproteste-brennende-busse-barrikaden-laut-landesmedien/

Dilma embolada

 

Sandra Helena de Souza

souza.sandraelena@gmail.com

Professora de Filosofia e Ética da Unifor

 

Em recente entrevista, o sociólogo Boaventura de Souza Santos, ícone mundial dos atuais movimentos de esquerda, se refere à situação que vivemos no Brasil, e em outros países que enfrentam movimentos de resistência popular mais ou menos permanente, como ‘estado de guerra civil de baixa intensidade’. Inicialmente me pareceu exagero. Mas a dinâmica dos acontecimentos, especialmente nas duas principais metrópoles do País desde as jornadas de junho, evidencia a estática de uma conformação social cada vez mais insustentável.

 

Depois de dias furiosos nas redes sociais, com governistas, oposicionistas, anarquistas e moderados se digladiando por conta de o midiático espancamento de um coronel PMESP por manifestantes mascarados ter provocado a primeira intervenção da presidente sobre a crescente escalada de violência nos confrontos, prestando-lhe solidariedade, a realidade indicada pelo sociólogo surge na própria reflexão da presidente, em nova intervenção. Dessa vez, a presidente presta solidariedade à família do jovem Douglas, assassinado pela mesma polícia. E acrescenta: “Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia são vítimas cotidianas da violência. A violência contra a periferia é a manifestação mais forte da desigualdade no Brasil.” Guerra de ‘baixa’ intensidade com vítimas preferenciais.

 

Mas a seletividade de que fora acusada ao escolher um policial para manifestar indignação pela violência nas ruas, mantém-se quando tentou corrigi-la. Os ‘black blocs’ foram acusados de bárbaros antidemocratas e mais ela disse: “A Justiça deve punir os abusos, nos termos da lei. O Governo Federal coloca à disposição do Governo de São Paulo o que ele julgar necessário.” Poderia tê-lo dito exatamente assim para encerrar os comentários sobre a ‘bárbarie antidemocrática’ cometida pelo Estado, mas não o fez.

 

Assim, ela reconheceu um fato estarrecedor que faz parte do DNA da estrutura social brasileira como quem reconhece uma catástrofe natural e, pior, como quem não tem nenhum poder de decisão sobre as causas de tamanha violência cometida contra a população jovem das periferias brasileiras.

 

Apesar disso não, não vivemos uma ditadura; somos, antes, uma jovem democracia, desafiada, encurralada, com restos de ditaduras nos calcanhares, dando mostras de que ‘atos jurídicos de exceção’ podem voltar a cristalizar a terrível situação de desigualdade que a presidente identifica placidamente, ampliando seus alvos para as liberdades civis tão duramente conquistadas.

 

Mais do que nunca, a discussão e o enfrentamento da transição não completada, do período de arbítrio para a democracia, nas bodas de prata da constituição, oferece-se de modo incontornável e cai no colo de uma ‘vândala’ de outrora. É bom que a juventude raivosa nas ruas vá aprendendo as lições. O sociólogo, na mesma entrevista, acusou Dilma de ‘insensibilidade social’. Exagero? A presidente revisita porões familiares, às voltas com antigos demônios.

Que os vença!

Dieser Beitrag wurde am Dienstag, 29. Oktober 2013 um 15:14 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

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