Klaus Hart Brasilientexte

Aktuelle Berichte aus Brasilien – Politik, Kultur und Naturschutz

Ukraine 2014, die Sicht der Sozialbewegungen Brasiliens: „Rußland von den USA in der Ukraine geschlagen und gedemütigt.“ Correio da Cidadania, in dem auch brasilianische Befreiungstheologen, die Führer der Landlosenbewegung MST publizieren.

Batalha da Ucrânia: EUA derrotam e humilham a Rússia

ESCRITO POR RAMEZ PHILIPPE MAALOUF

QUARTA, 26 DE FEVEREIRO DE 2014

Os EUA são a maior potência militar e econômica do mundo. Seu orçamento militar alcança a cifra oficial de US$ 700 bilhões (o maior do planeta, equivalente à soma dos subsequentes 14 maiores orçamentos militares nacionais) e têm mais de 860 bases militares espalhadas ao redor do globo, o que o torna vizinho de quase todos os países de todos os continentes. Por meio destas bases militares, cercam alguns dos maiores Estados do mundo (Rússia, China, Brasil e Índia) e mantêm a humanidade sitiada. São, portanto, um poder militar inigualável.

 http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/28/brasilien-fallt-2014-als-wirtschaftsnation-vom-7-auf-9-platz-zuruck-laut-economist-intelligence-unit-in-london/

http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/27/europaische-union-beanstandet-brasiliens-gravierende-menschenrechtslage-nicht-sieht-keinerlei-grund-fur-kritik/

Vor dem Hintergrund des  unter einem Lügenvorwand begonnenen Irakkriegs, dessen Verantwortliche nach wie vor von internationalen Gerichten nicht abgeurteilt wurden,  in Mitteleuropa viel Sympathie für Politik der USA:  http://www.hart-brasilientexte.de/2013/03/21/schatzungsweise-15-millionen-iraker-sind-durch-den-krieg-ums-leben-gekommen-ippnw-2013/

Folterdiktatur Brasiliens und mitteleuropäische Unterstützer:  http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/27/brasiliens-folterdiktatur-die-nationale-wahrheitskommission-zur-aufklarung-der-regimeverbrechen-immer-mehr-offizielle-darstellungen-uber-tod-von-diktaturgegnern-widerlegt-haufig-mit-aufgesetzter/

De acordo com a mitologia de sua fundação, ainda no século XVIII, os EUA são o povo eleito por Deus com o propósito de submeter/subjugar/dominar a Humanidade. Desde o século XIX, sua classe/casta racial dirigente de proprietários brancos anglo-saxões protestantes (hoje, pós-protestantes) compreende que dominar o mundo é dominar a Ásia. Para isto, é necessário impedir o surgimento de qualquer coalizão de nações na Ásia ou que unisse a Europa à Ásia. Desta forma, a nação eurasiática por excelência, a Rússia, passou a ser vista pelo “povo eleito”, em decorrência do seu peso demográfico, localização geográfica, recursos humanos e minerais, como o maior obstáculo para a consecução da missão conferida por Deus. Segundo o geopolítico e ex-secretário de Estado do governo Richard Nixon (1969-74), Henry Kissinger, os EUA devem considerar a Rússia como inimigo independentemente das cores ideológicas de quem governe os russos.

Desde 1943, o geógrafo holandês-americano Nicholas Spykman afirmou que para dominar a Ásia era preciso conquistar as suas fímbrias, visando encurralar a Rússia (transmutada em União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, a partir da Revolução de 1917), a fortaleza inexpugnável do poder terrestre. Com a desintegração da URSS, em 1991, configurando-se numa vitória da geoestratégia spykmaniana, segundo o falecido politólogo britânico Peter Gowan, a nova geoestratégia de contenção ianque da Rússia tinha como objetivo retirar a ex-república soviética da Ucrânia da esfera de influência russa, confinando a Federação Russa na Ásia. Ucrânia é o país de onde se originou o Estado russo. Portanto, desde 1991, os EUA estão se imiscuindo na política ucraniana para impedir qualquer manifestação de aproximação entre as duas ex-repúblicas soviéticas.

Uma das consequências desta intervenção foi a adoção de uma política econômica ultra-liberal, que esgarçou o tecido social ucraniano. Além desindustrializar o país eslavo e gerar altas taxas de desemprego, especialmente entre os jovens, o neoliberalismo na Ucrânia favoreceu o surgimento de grupos mafiosos que se apossaram do Estado. O resultado mais grave deste colapso civilizatório promovido pelos EUA e as políticas neoliberais na antiga república soviética foi e continua sendo a queda populacional sem precedentes na História recente a Europa. Em 1991, na época do colapso soviético, havia 52 milhões de ucranianos no país eslavo, enquanto que, no ano de 2013, a cifra foi reduzida para 45 milhões de pessoas.

A permanente intervenção ianque nos assuntos ucranianos não parou com a queda demográfica, sintoma do colapso civilizatório. Os EUA financiaram e promoveram a “Revolução Laranja” de 2004, eclodida em Kiev (capital da Ucrânia), uma versão atualizada da “Marcha da família com Deus pela Liberdade”, que deu a senha para o golpe civil-militar de 1964 no Brasil, patrocinado pelos EUA e Canadá. A “revolução colorida” ucraniana (outras “eclodiram” na antiga Iugoslávia, em 2000, na Geórgia, em 2003, no Quirguistão e no Líbano, em 2005, todas patrocinadas pela CIA) foi uma “mobilização popular” com o objetivo de levar à presidência Victor Yushchenko, liberal pró-Ocidente, em detrimento de Victor Yanukovich, considerado um liberal pró-Rússia. O primeiro mandato de Yanucovich como primeiro-ministro (2002 – 2004) foi marcado pela adesão da Ucrânia à coalizão pró-invasão anglo-americana do Iraque em 2003. Mesmo assim, Yanukovich foi rechaçado pela “revolução” e não conseguiu ser eleito presidente em 2005, perdendo para o rival Yushchenko, que governou o país até 2010.

Em 2010, foi a vez de Yanukovich ser eleito para a presidência. Em novembro de 2013, o então presidente ucraniano se recusou a assinar um acordo de “livre comércio” com a União Europeia (EU), preferindo um acordo com a Rússia, onde o presidente russo Vladimir Putin acenou com um empréstimo de US$ 15 bilhões, acendendo a “revolta popular”. Em pouco tempo, “oposicionistas” de Yanukovich tomaram praças e prédios do governo rejeitando a aproximação com a Rússia. Em pouco tempo também revelou-se que tal insurreição popular nada tinha de espontânea, muitos dos manifestantes formaram bandos armados, com fortes suspeitas de receberem instruções de embaixadas ocidentais, especialmente dos EUA. Há vários informes de que os ianques gastavam US$ 20 milhões semanalmente com a “oposição”. Os manifestantes agrediram e acuaram a polícia na praça da Independência em Kiev, enquanto as forças armadas, uma das maiores da Europa, não se manifestaram em momento algum.

Segundo a imprensa ocidental, o povo ucraniano é favorável à entrada do país na UE, vista como uma garantidora da paz, da prosperidade, da democracia e da liberdade (não se mencionou a profunda crise econômica decorrente do neoliberalismo imposto pela UE à periferia da Europa). Nada se falou também da violência que grupos armados nazistas e antissemitas anti-Rússia promoviam contra a população russa do país (uma “minoria” nada desprezível de mais de 8 milhões de pessoas, correspondendo a cerca de 18% da população do país). Na verdade, a chamada oposição a Yanukovich era formada por uma heterodoxa coalizão compreendendo nazistas (oriundos da II Guerra Mundial), movimento “gay”, liberais, católicos e trotskistas. Tal concertação política paradoxal só poderia ser fruto de uma ingerência internacional. A intervenção dos EUA foi tão acintosa que sequer levou em consideração seus parceiros europeus, a ponto de uma diplomata enviada a Kiev expressar seu desprezo pela UE com palavras chulas (“f..-se UE!”).

O desabafo nada polido da diplomata Victoria Nuland desmascarou a farsa da suposta “revolução popular” em curso na Ucrânia. Não se tratava de um mero golpe de Estado para depor um presidente pró-Moscou, tratava-se de uma geoestratégia para implodir a Ucrânia para retirá-la de uma vez por todas da órbita russa. Washington D.C. não está preocupado com a adesão ou não da Ucrânia à UE. Sendo assim, uma guerra civil aberta ou uma divisão territorial ou a formação de um governo pró-Ocidente na Ucrânia nada mais do que consolida um poder norte-americano na fronteira com a Rússia, a meros 750 km de Moscou, o que de fato acabou ocorrendo com a deposição de todo o governo de Yanukovich, no final de fevereiro de 2014. Desta forma, com o golpe de Estado em Kiev, os EUA neutralizaram as vitórias russas na Geórgia, em 2008, e na Síria, em 2013, de forma humilhante, uma vez que Putin (um ex-chefe do serviço secreto russo) não reagiu em momento algum diante da permanente ingerência estrangeira no país vizinho desde a queda da URSS, colocando em risco a população russa.

Certamente, a desestabilização da Ucrânia foi o trunfo que os EUA guardavam na manga quando emperraram as negociações da Segunda Conferência de Genebra (final de janeiro de 2014) visando a suposta paz na Síria, barrando até mesmo a participação do Irã nas negociações. Com a vitória na Ucrânia, o ditador dos EUA Barack Obama (que governa sob as leis de exceção do “Ato Patriótico” em vigência desde 2001) pode também neutralizar a fúria dos republicanos em decorrência da derrota na Síria, em setembro de 2013.

No momento, os EUA estão promovendo ao redor do mundo vários processos de golpes de Estado/mudanças de regime camuflados como “revoltas populares”: Venezuela, Bósnia, Síria e Tailândia, numa clara demonstração de que a “nação eleita por Deus” não recuará de sua missão sagrada. O espectro de um novo “roll-back” se lança sobre o mundo. Fortalecidos na fronteira com a Rússia, assegura-se aos EUA os planos para a limpeza étnica dos palestinos na Faixa de Gaza, dos muçulmanos xiitas no Líbano, dos cristãos na Síria, que pode ser balcanizada.

Prossegue ainda a guerra no Paquistão e a possível balcanização do país, assim como se aumenta o cerco à Armênia, a desestabilização do Iraque e a pressão para uma guerra ao Irã.

Tais são as consequências mais imediatas e graves da incapacidade de Putin de prever e reagir ao ataque ianque à Ucrânia e à Rússia, um duro golpe à geoestratégia eurasianista da elite russa, também liberal. Uma sombra negra volta a ser lançada sobre o mundo: o totalitarismo liberal promovido pelo supremo poder dos EUA e a sua promessa de uma III Guerra Mundial aberta e nuclear.

Leia também:

EUA atacam e cercam Ucrânia e Rússia

“A grande maioria dos ucranianos não quer esta nova guerra civil”

Ramez Philippe Maalouf é historiador e doutorando em Geografia Humana pela USP.

EU und Brasilien 2014:

http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/27/europaische-union-beanstandet-brasiliens-gravierende-menschenrechtslage-nicht-sieht-keinerlei-grund-fur-kritik/

ukraineschutze1.jpg

“Gute Demonstranten”(Ukraine) und daher stark politisch und materiell unterstützt von westlichen Ländern, der EU.

Kalter Krieg um Ukraine weiter vom Mainstream, interessierter Seite heftig geschürt – zahlreiche historische Parallelen.

 http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/20/demonstranten-schiesen-auf-dem-maidan-auf-polizisten-tagesschau-2022014-spatnachmittags/

 http://www.freitag.de/autoren/lutz-herden/absturz-sturz-umsturz

Irakkrieg:  http://www.hart-brasilientexte.de/2013/03/21/schatzungsweise-15-millionen-iraker-sind-durch-den-krieg-ums-leben-gekommen-ippnw-2013/

spprotestekeinediktatur.jpg

 ”Schlechte Demonstranten”, waffenlos, darunter viele kirchliche Menschenrechtsaktivisten(Brasilien) – im mitteleuropäischen Mainstream als Randalierer, Krawallmacher, Gewalttäter verunglimpft – daher keinerlei Unterstützung, etwa aus der EU, nicht einmal Solidarität.

Zu Brasiliens Protestbewegung, darunter in Sao Paulo,  gehören die befreiungstheologisch orientierte katholische Kirche des Landes und ihre Sozialpastoralen.

http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/01/brasiliens-systemkritikerproteste-2014-fehlende-solidaritat-aus-landern-wie-deutschland-die-stehen-doch-alle-auf-der-gegenseite-protestorganisatoren-im-januar-2014-in-sao-paulo-zu-sogenannten-m/

“Keine Diktatur!”, Februar 2014 in Sao Paulo. Anders als in der Ukraine, zählen zur Protestbewegung Brasiliens keine Rechtsextremisten, Antisemiten, Faschisten, Polizistenmörder. Figuren wie Klitschko fehlen im Lager der Systemkritikerbewegung völlig. 

Von Sotschi nach Rio de Janeiro:  http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/23/von-sotschi-nach-rio-de-janeiro-werden-die-westlichen-lander-der-gesteuerte-mainstream-jetzt-wie-im-falle-ruslands-eine-wm-boykott-disskussion-in-gang-bringen-angesichts-der-gravierenden-menschenr/

 http://www.hart-brasilientexte.de/2013/04/07/brasilien-das-land-der-selbsttauschung-philosoph-und-psychoanalytiker-andre-martins-analysiert-vor-deutschlandjahr-2013-die-situation-des-tropenlandes-aufgebaute-fassade-hinter-der-unsere-g/

Wahlen in Rußland und in Brasilien:  http://www.hart-brasilientexte.de/2011/12/10/wahlen-in-rusland-und-in-brasilien-wie-unterschiedlich-mainstream-und-politschauspieler-reagieren/

http://www.hart-brasilientexte.de/2011/02/24/morde-an-schwarzen-in-brasilien-starke-zunahme-unter-der-lula-regierung-von-drei-ermordeten-sind-zwei-schwarz-wikileaks-und-rassismus-in-brasilien/

Proteste gegen Todesschwadronen, Joachim Gauck:  http://www.hart-brasilientexte.de/2013/05/15/brasilien-groses-echo-auf-protest-in-sao-paulo-gegen-todesschwadronen-menschenrechtsorganisationen-beklagen-polizeigewalt-proteste-wahrend-aufenthalt-von-bundesprasident-joachim-gauck-in-der-megaci/

 http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/28/brasilien-fur-ein-land-mit-weniger-gefangnissen-katholische-nachrichtenagentur-adital-uber-padre-valdir-joao-silveira-leiter-der-bischoflichen-gefangenenseelsorge/

deutschlandjahrplakat1.jpg

Brasiliens gravierende Menschenrechtslage – kein Thema beim Deutschlandjahr…

Petra Pfaller, Vize-Koordenatorin der bischöflichen Gefangenenseelsorge in Brasilien:  http://www.hart-brasilientexte.de/2011/11/12/brasilienes-wird-immer-noch-sehr-viel-gefoltertdeutsche-petra-pfaller-aus-der-katholischen-gefangenenseelsorge-brasiliens-2011-uber-die-menschenrechtslage-unter-lula-rousseff/

Lula war Informant der Diktatur-Geheimpolizei Dops, laut neuem Buch:  http://www.hart-brasilientexte.de/2014/02/12/brasilien-die-folterdiktatur-lula-und-die-arbeiterpartei-pt-rufmord-ein-kapitalverbrechen-buch557-seiten-mit-schweren-vorwurfen-gegen-lula-macht-schlagzeilen/

“Vom Umgang mit der Diktaturvergangenheit” – Bundeszentrale für politische Bildung in Bonn:  http://www.bundestag.de/dasparlament/2010/12/Beilage/006.html

“Bad People”:  http://www.jcrelations.net/Bad_People__Anti-Semitism_in_South_America_–_widespread_and_rarely_explored.2970.0.html?page=32

 http://www.deutschlandradiokultur.de/moderne-scheiterhaufen-aus-autoreifen.1013.de.html?dram:article_id=167263

Das Buch zum Land – “Brasilien fürs Handgepäck”, Unionsverlag Zürich: http://www.unionsverlag.com/info/title.asp?title_id=2720

Dieser Beitrag wurde am Freitag, 28. Februar 2014 um 16:10 Uhr veröffentlicht und wurde unter der Kategorie Kultur, Politik abgelegt. Du kannst die Kommentare zu diesen Eintrag durch den RSS-Feed verfolgen.

«  –  »

Keine Kommentare

Noch keine Kommentare

Die Kommentarfunktion ist zur Zeit leider deaktiviert.

    NEU: Fotoserie Gesichter Brasiliens

    Fotostrecken Wasserfälle Iguacu und Karneval 2008

    23' K23

interessante Links

Seiten

Ressorts

Suchen


RSS-Feeds

Verwaltung

 

© Klaus Hart – Powered by WordPress – Design: Vlad (aka Perun)