Líderes contra o desmatamento assassinados no Pará
Nota pública do Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
(PPGAA/UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural
(PGDR/UFRGS)
“As árvores são nossas irmãs” (Zé Cláudio)
Brasilien wird in Europa auch für „fortschrittliche Forstindustrie“ gelobt. Aufschlußreich ist in diesem Zusammenhang, wie in den acht Regierungsjahren von Lula die Regenwaldvernichtung Brasiliens forciert wurde, welche Rolle dabei Staatskorruption und Straflosigkeit spielten – auf dieser Website ausführlich beleuchtet.
„Brasilien ist eine Industriemacht, die achtgrößte Wirtschaftsnation der Welt, modern und fortschrittlich.“
Brasilien rangiert auf dem UNO-Index für menschliche Entwicklung deutlich hinter Libyen. Während Libyen auf Platz 53 liegt, kommt Lateinamerikas größte Demokratie lediglich auf Platz 73.
Vor dem Hintergrund der gravierenden Menschenrechtslage, von Folter, Todesschwadronen und Menschenrechtler-Verfolgung, ungebremster Umwelt-und Naturvernichtung auch in Amazonien, hatte Brasiliens neue Staatschefin Dilma Rousseff aus europäischen Ländern wie Deutschland teils überschwengliches Lob für ihre Regierungsarbeit bekommen. Präsidentin Rousseff habe ihre Fähigkeiten fürs Regieren bewiesen, erste Tests bewältigt, Führungsqualitäten gezeigt.In Brasilien selbst analysierten u.a. die Medien entgegengesetzt.
Lula regiert wieder direkt mit: http://www.hart-brasilientexte.de/2011/05/27/lula-regiert-wieder-direkt-mit-und-ubergeht-staatschefin-rousseff-analysieren-brasiliens-landesmedien-rousseff-zeige-immer-mehr-schwache/
http://das-blaettchen.de/2011/05/wirtschaften-in-brasilien-4924.html
Auswanderungsland Brasilien: http://www.hart-brasilientexte.de/2011/05/24/brasilien-wurde-unter-lula-rousseff-zum-auswanderungsland-bye-bye-brasil-sergio-costa-soziologie-professor-an-der-fu-berlin-bestatigt-die-entwicklung/
A área do Projeto Agroextrativista (PAE) Praia Alta Piranheira foi um maciço castanhal
que só os moradores mais antigos conheceram. O castanhal foi explorado durante muito
tempo por uma família de Marabá, que se dizia “dona”, e por centenas de famílias que
coletavam livremente os produtos generosamente cedidos pela natureza. Além da
castanha, eram e ainda são facilmente encontrados na floresta do PAE produtos como
açaí, andiroba, cupuaçu, diferentes tipos de cipós, ervas medicinais e muitas espécies
madeireiras de alto valor econômico.
Na década de 1990, um grupo de famílias apoiado por organizações não governamentais
e governamentais deu início à solicitação de criação do PAE Praia Alta Piranheira.
Entre essas famílias encontravam-se JOSÉ CLÁUDIO RIBEIRO DA SILVA (Zé
Cláudio) e sua esposa MARIA DO ESPÍRITO SANTO SILVA (D. Maria). Zé
Claudio e D. Maria eram os mais fervorosos defensores da criação do PAE por
acreditarem na possibilidade de se estabelecer uma relação diferente com a natureza.
Finalmente criado em 1997, o PAE abrigava mais de 300 famílias de agricultores que se
propunham a explorar a natureza de uma forma distinta da comumente adotada na
região.
Zé Claudio e D. Maria exercitaram essa nova proposta ao extremo: transformaram seu
lote em um laboratório de experiências que demonstrava uma convivência mais
harmoniosa entre homem e natureza e, mais que isso, acabaram se tornando sentinelas
da preservação e transformando seu espaço de vida em uma zona de resistência ao
desmatamento. Com quase 15 anos vivendo no mesmo lugar, o casal mantinha 80% do
seu lote preservado. Essa façanha era motivo de orgulho para Zé Claudio e D. Maria.
Por essa peculiaridade, em uma região onde predomina o desmatamento, não demorou
muito para que o lote de Zé Claudio e D. Maria chamasse atenção de pesquisadores, da
mídia, além de servir de estímulo e exemplo para centenas de famílias de agricultores
que intercambiavam conhecimentos com o casal.
Na busca de comprovações na linguagem acadêmica de que, além do valor cultural, a
floresta em pé é mais valiosa economicamente que em toras, Zé Claudio e D. Maria se
aliaram com os pesquisadores. A Universidade Federal do Pará (em especial as ações do
Campus Universitário de Marabá e do Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento
Rural) apoiou e ampliou cooperações científicas (nacionais e internacionais) com a
participação dessas lideranças, que muito contribuíram com ações concretas na busca de
alternativas sustentáveis de combate ao desmatamento.
No início deste ano, Dona Maria defendeu sua monografia e obteve seu diploma de
graduação no curso de Pedagogia do Campo, assim como vários assentados e lideranças
que acessam com frequência os espaços da UFPA e de outras instituições de pesquisa.
O filho caçula do casal cursa atualmente o ensino médio no Instituto Federal do
Pará/Campus Rural de Marabá (IFPA/CRMB), concebido especialmente para grupos
sociais no campo. Esta família é um exemplo de busca e implementação de políticas
públicas que realmente valorizem as demandas dos camponeses que habitam neste
complexo espaço agrário marcado pela deficiente ação do Estado brasileiro.
Porém, a presença de espécies de alto valor comercial na área do PAE atraía outros
interesses. Madeireiros e carvoeiros lançaram uma ofensiva forte sobre as famílias.
Num contexto de dificuldades econômicas, muitas cederam ao conto do lucro fácil, o
que facilitava a ação ilegal desses exploradores da floresta. Protegidos pela ineficiência
do Estado em fazer cumprir a lei ambiental, esses agentes circulam livremente no PAE,
consumindo a floresta numa velocidade estonteante. Até a castanheira, árvore protegida
por lei, é derrubada sem piedade e sua madeira “maquiada” e colocada no mercado com
outros nomes.
A preocupação de Zé Claudio e D. Maria com a preservação da cobertura vegetal
extrapolava o seu próprio lote e se estendia a todo o PAE. Foi exatamente essa
preocupação que os levou a denunciar a exploração ilegal de madeira dentro do PAE.
Órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Policia Federal receberam inúmeras
denúncias formuladas pelo casal. Sem nenhuma resposta efetiva por parte desses
órgãos, assumiram a responsabilidade como cidadãos e assentados e passaram a tomar
iniciativas de ação direta, interditando estradas, parando caminhões carregados com
toras de madeira, anotando as placas, sem medir esforços em defesa das árvores.
Essa atitude corajosa do casal, motivada por um sentimento nobre e de coerência com
seus princípios, despertou a ira dos madeireiros, carvoeiros e alguns fazendeiros com
interesse nas áreas do PAE. Zé Claudio e D. Maria passaram a sofrer ameaças por
defenderem a floresta em pé. Na verdade, eles tentavam fazer o que de direito seria
dever do Estado: proibir a exploração ilegal de madeira conforme reza a lei. Sem o
apoio do Estado, Zé Claudio e D. Maria defendiam a floresta com a própria vida e
tinham consciência do que faziam. Em 2010, em um evento na cidade de Manaus, Zé
Claudio disse: “Eu defendo a floresta e seus habitantes em pé, mas devido a esse meu
trabalho sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, que não querem ver a
floresta em pé”.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) já havia denunciado as ameaças sofridas pelo
casal. Zé Claudio e D. Maria faziam parte da lista de 29 pessoas marcadas para morrer
no Pará, divulgada pela CPT em 2010. Que sociedade é essa? Uma sociedade na qual as
mortes são anunciadas com bastante antecedência e as autoridades não tomam
providências! Uma sociedade onde os valores se inverteram. Quem defende a vida, paga
com a morte! Quem se preocupa com o bem comum é eliminado para desobstruir o
caminho do lucro fácil!
No dia 24 de maio de 2011, em uma tocaia armada por “pistoleiros”, escondidos em
uma estrada que Zé Claudio e D. Maria usavam no trajeto entre seu lote e a cidade de
Nova Ipixuna, foram desferidos os disparos mortais contra o casal. Não satisfeitos com
a crueldade praticada, ainda deceparam a orelha de Zé Claudio, provavelmente para
servir de prova da encomenda realizada. Essa infâmia, muito comum no período do
coronelismo no nordeste brasileiro, é agora reeditada na Amazônia. Dias antes, a casa
do Zé Claudio e D. Maria havia sido rondada por pistoleiros e alguns de seus animais
domésticos foram alvejados. No dia do assassinato, Zé Claudio e D. Maria estavam
saindo de sua casa para procurar segurança na cidade, dado que, aparentemente, o
Estado era incapaz de fornecer segurança. Infelizmente, não tiveram tempo de chegar a
um lugar seguro.
E, desta forma, o Ano Internacional da Floresta segue marcado por injustiças,
impunidades, descasos com as pessoas, suas escolhas e seus direitos. Exigimos que o
governo brasileiro não deixe que Zé Cláudio e D. Maria sejam apenas mártires, como
tantos outros produzidos na Amazônia, e muitos menos que sejam uma mera estatística
criminal. Para se ter a Democracia, certamente precisamos de códigos e leis. E,
certamente, o debate democrático acerca dos mesmos é necessário. No entanto, sabemos
que não existe Democracia quando o direito de matar aqueles que contestam o poder
dominante é assegurado pela complacência à violação do direito fundamental à vida. A
Amazônia e os “povos da floresta” não necessitam de mais mártires, mas de pessoas
vivas, comprometidas e éticas, que os mantenham. Eles não necessitam de mais
violência. Eles têm o direito – constitucional – a dignidade, liberdade de expressão,
autonomia e exercício da cidadania.
Em qualquer lugar, e no Brasil que se diz uma Democracia, não é admissível que
pessoas possam ser assassinadas pela divergência ao poder corrente e pelo exercício de
seus direitos. Não é possível haver “dois Estados” e “duas leis” em um só país, afinal,
uma lei que vale apenas para alguns, não é lei.
Os assassinatos de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva não
são ocorrências individuais, são um problema nosso, de toda a sociedade brasileira.
Precisamos reagir.
Reagimos porque acreditamos que podemos contribuir, interrogando sobre os conceitos
que fundam a interpretação dos conflitos na Amazônia e permeiam as políticas públicas
brasileiras de desenvolvimento.
http://www.bundestag.de/dasparlament/2010/12/Beilage/006.html
Reagimos porque não é possível admitir a violência como instrumento de regulação
social. Reafirmamos aqui nosso compromisso de lutar com as nossas armas:
documentando, refletindo e oferecendo à sociedade interpretações sobre esse fenômeno
sociopolítico que acompanha o “desenvolvimento sustentável” na Amazônia: a morte
anunciada dos defensores da floresta.
“Matar árvores é assassinato” (Zé Claudio)
Katholischer Priester zum brasilianischen Waldschutzgesetz: http://www.hart-brasilientexte.de/2010/03/16/padre-claudio-bombieri-indianerexperte-sao-luis-gesichter-brasiliens/
« Liquidierung brasilianischer Umweltaktivisten und Systemkritiker: Regierung macht übliche Versprechen wie bei früheren Attentaten, Massakern. Todesschwadronen, Folter und Demokratie – Obdachlose lebendig verbrannt.. Dilma Rousseffs schlechter Start. – Libyen-Intervention: NATO-Attacken verhindern Frieden in Libyen, zitieren Brasiliens Medien den südafrikanischen Regierungschef Zuma, der in Tripolis mit der libyschen Führung zusammentraf. Getötete Zivilisten in Afghanistan und Libyen. »
Noch keine Kommentare
Die Kommentarfunktion ist zur Zeit leider deaktiviert.